Resolução de problemas no trabalho: 3 passos para aproximar pessoas nos formatos presencial, remoto e híbrido

O mundo do trabalho tem se tornado cada vez mais competitivo e instável, requerendo que os colaboradores e gestores tenham grande capacidade de adaptação e inovação em suas áreas de atuação. Três temas são fundamentais para que uma empresa se volte à resolução de problemas no trabalho: segurança psicológica (e saúde mental), diversidade e adaptabilidade.

Uma das razões para esse entrelace é: oferecer uma cultura empresarial que abrace as diferenças e contemple a singularidade de cada colaborador no processo de redirecionamento das ações gera retenção de talentos. O que, por sua vez, gera menos gastos para a empresa e, também, significa que os colaboradores estão felizes e produtivos em suas posições.

Além dos desafios inerentes, a resolução de problemas no trabalho se tornou ainda mais desafiadora com a pandemia, uma vez que a falta de proximidade física trouxe novas adversidades para empresas e colaboradores no quesito produtividade e motivação, tanto no formato remoto como no híbrido. A comunicação interpessoal, que já era difícil no presencial, tornou-se ainda mais árdua. Vamos entender como melhorar o ambiente corporativo a seguir:

1. Saúde mental e segurança psicológica são essenciais

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de faltas ao trabalho no mundo. Estima-se que pelo menos 18,6 milhões de brasileiros, ou seja, cerca de 9% da população, sofre de algum transtorno de ansiedade.

No mundo são cerca de 260 milhões que lidam diariamente com o transtorno, ao passo que mais de 300 milhões têm depressão. No Brasil, os transtornos mentais e comportamentais são a terceira causa de incapacidade para o trabalho, totalizando quase 700 mil pessoas que recebem o benefício previdenciário auxílio-doença.

Alguns motivos pelos quais a saúde mental fica prejudicada no trabalho:

  • Carga de trabalho excessiva e acúmulo de funções
  • Falta de clareza nos comandos, exigências contraditórias e dificuldade para definir as funções
  • Pouca ou nenhuma independência do colaborador na tomada de decisões que afetam o seu trabalho
  • Gestores incapazes de comunicar claramente as mudanças organizacionais, que incentivam o medo e, consequentemente, a insegurança laboral
  • Rede colaborativa ineficaz, competição entre os colaboradores e falta de apoio da parte de chefias
  • Assédio psicológico ou sexual e violência
  • Horas de trabalho inflexíveis

As frustrações no ambiente de trabalho são recorrentes e muitas vezes não dizem respeito à qualidade do trabalho do colaborador e sim aos desafios que o próprio sistema de gestão da empresa impõe ao mesmo.

Obviamente, o trabalho em si é excelente para a saúde mental. Muitas vezes é por meio da atividade profissional que desenvolvemos nossos dons, alavancamos talentos, conhecimentos e autoestima. Porém, quando os desafios que enfrentamos diariamente geram ações baseadas no medo, elas se tornam extremamente prejudiciais para o bem-estar individual e coletivo.

Em pesquisa realizada no final de 2020, durante a pandemia, a Harvard Business School entrevistou 3,1 milhões de pessoas e descobriu que a carga de trabalho aumentou 48,5 minutos devido ao trabalho remoto. O estudo também apontou que aumento no número de e-mails trocados e de tempo em reuniões

Liderar com empatia e compaixão se tornou imprescindível para evitar transtornos mentais como o burnout, e viabilizar a cultura de resolução de problemas de maneira humanizada. De acordo uma pesquisa realizada com 3.900 funcionários e líderes empresariais em 11 países, promovida pelo Workforce Institute, do UKG (Ultimate Kronos Group), e pelo Workplace Intelligence, o burnout e a fadiga são preocupantes para os funcionários que trabalham remotamente (43%) assim para aqueles que frequentam locais de trabalho físicos (43%). Nesse sentido, um terço (29%) dos funcionários apontou que gostaria que as organizações agissem com mais empatia.⠀

Frequentemente, os ambientes de trabalho criam práticas de competição entre os colaboradores como medida para que os mesmos se aprimorem. Esse tipo de atitude, geralmente, é um grande tiro no pé, pois como é possível se desenvolver e aprimorar a resolução de problemas no trabalho se existe um medo intenso em parecer ignorante, incompetente, intrusivo e negativo? Como resposta, os colaboradores são desincentivados a fazer perguntas e assumir falhas e dificuldades.

Nesse sentido, as equipes com uma melhor performance no trabalho são aquelas que sabem lidar com a incerteza e compartilhamento das responsabilidades. Por isso, é preciso que haja espaço para conversas sobre erros orientadas para o aprendizado. Além disso, criar uma rede de apoio para todos, faz com que as falhas sejam reportadas antes que se desdobrem para problemas maiores e mais importantes. Isso significa que o ambiente de trabalho oferece segurança psicológica aos colaboradores.

Algumas dicas para melhorar a segurança psicológica no trabalho, segundo a pesquisa apresentada no TEDX TALK da professora da universidade de Harvard Amy Edmondson:

  • Ser capaz de admitir a incerteza e a importância da interdependência, valorizando todos como parte integrante da solução
  • Agir em prol de reconhecer a própria possibilidade de falhar, tanto para líderes, como para subordinados
  • Deixar a curiosidade agir, fazendo muitas perguntas

A segurança psicológica é o principal fator agente moderador de sucesso das empresas. Segundo pesquisa da McKinsey de 2018, as empresas que têm um alto grau de diversidade na alta administração têm até 21% mais chances de serem lucrativas acima da média.

2. Uma boa liderança é adaptável

A ideia da liderança adaptativa, de acordo com o especialista Ronald Heifetz, é que haja progresso mesmo em um mundo no qual os desafios estão em constante mudança. Nesse sentido, a liderança não está vinculada a status e poder e sim à capacidade de interpretação da situação e de reconhecer erros próprios.

Na liderança adaptativa é preciso inspirar a reflexão periódica ao trabalho, adaptando processos e práticas. Como novos desafios podem aparecer ao longo do processo, novas habilidades se tornam necessárias. Assim, a equipe precisa estar em constante aprimoramento.

É preciso agilizar as decisões deliberativas com base no que é melhor para a empresa e comunicar constantemente essas mudanças para os colaboradores, oferecendo a eles a capacidade de atuarem nessas mudanças, sem que eles se sintam deixados para trás. Assim, o enfoque fica na segurança psicológica.

A liderança adaptativa, por exemplo, é capaz de minimizar os percalços do trabalho em modelo home office pois consegue oferecer mecanismos para que as tarefas sejam acompanhadas mesmo que à distância. Entre eles, plataformas de gestão e comunicação, essenciais para a organização e compreensão do trabalho da equipe, o que auxilia na resolução de problemas no trabalho.

3. Diversidade não é só marketing externo, e sim, fundamental para a resolução de problemas no trabalho

Ainda de acordo com a pesquisa da McKinsey de 2018, empresas com a equipe executiva mais étnica ou culturalmente diversa têm 33% mais probabilidade de superar a concorrência em lucratividade. Isso porque:

  • Aumenta a conexão do time com clientes e consumidores finais de diferentes culturas
  • Aprimora a empatia e o processo de tomada de decisão, pois o efeito manada é evitado, resultando na melhora do processo de definição dos problemas
  • Estabelece-se mais criatividade ao combinar maior número diverso de perspectivas e ideias
  • Resolver problemas complexos torna-se mais fácil, pois o time já trabalha com experiências e conhecimentos de produtos de diferentes mercados e estratégias
  • As práticas do negócio são aprimoradas através da vasta experiência e conhecimento de práticas de negócio estrangeiras

Nesse sentido, também não podemos deixar de abordar a necessidade de contemplar minorias, como pessoas LGBTQIA+, negros, pardos, mulheres e pessoas com deficiência. Todas elas irão agregar diversidade para a empresa, oferecendo diferentes perspectivas de vida e atuações em resolução de problemas.

Dicas para liderar times multiculturais:

  • Desenvolva sua inteligência cultural ao pesquisar e se relacionar com essas pessoas. Perceba que as culturas têm diferenças e que não há um “certo” ou “errado”, e sim várias formas de fazer a mesma coisa. Isso vai te tornar ainda mais tolerante com personalidades diferentes, que gostam de fazer as coisas de outro modo
  • Proporcione uma cultura de treinamento e coaching aos colaboradores, ajudando a disseminar uma mentalidade multicultural
  • Estruture equipes em que cada círculo de atuação (ou setor) contenha variedades culturais, para que não fique uma visão de “nós” vs. “eles”
  • Instaure um sistema de recompensa focado no grupo, ao invés do indivíduo
  • Aumente a interdependência dos membros da equipe na execução das tarefas
  • Contrate pessoas que já têm experiência em trabalhar com outras culturas para ensinarem

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