Artigo de Humanare, escrito por Adriana Schneider
Em minha trajetória, de mais de duas décadas em posições de liderança até a recente transição para CVO (Chief Vision Officer) da Humanare sempre investi na construção de equipes essencialmente femininas, que valorizam as diversidades (gênero, raça, orientação sexual, idade, etc) e comprometidas com movimentos de inclusão.
Posso afirmar, que esse investimento foi intuitivo, porém hoje a ciência e dados de mercado comprovam que é uma estratégia que deve ser considerada como diferenciadora de negócios de sucesso.
Participei do evento Women Matter 2023 em Portugal, onde foram divulgados dados de uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company em 45 empresas europeias com mais de trezentos mil respondentes de ambos os sexos.
Este estudo revelou que, ter mulheres em cargos de lideranças não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia comprovada para o sucesso do negócio.
As estatísticas mostram que em empresas com predominância de liderança feminina, o engajamento dos colaboradores é maior, há mais oportunidades de aprendizado e suporte ao crescimento.
Foi registrado que as mulheres têm expectativas altas de crescimento ao entrarem nas empresas, porém a percepção delas sobre igualdade de oportunidades declina ao longo dos anos.
Em termos de representatividade, a União Europeia tem avançado com políticas como cotas de participação feminina em conselhos. No entanto, ainda existe um desequilíbrio visível, com homens dominando posições de decisão e mulheres em posições de suporte em conselhos de diversos setores.
Olhando para além da Europa, nos EUA, a representação feminina em cargos de alto escalão tem aumentado constantemente. Destacamos as conquistas de CEOs como Safra Catz da Oracle e Mary Barra da General Motors. Estudos mostram que empresas com forte representação feminina em cargos executivos tendem a ser mais lucrativas.
No Brasil, o cenário tem evoluído positivamente desde os anos 70. Atualmente, mulheres como Luiza Helena Trajano do Magazine Luiza e Cristina Junqueira do Nubank exemplificam o potencial e a capacidade da liderança feminina no país. A equidade de gênero não apenas traz benefícios tangíveis para as empresas, mas também para a sociedade como um todo.
Em resumo, enquanto progressos significativos foram feitos na inclusão e empoderamento das mulheres no mundo dos negócios, ainda há um longo caminho a percorrer. Ações estratégicas são fundamentais para que mais mulheres possam ascender a posições de liderança e influenciar positivamente as organizações.
O empoderamento feminino é, acima de tudo, um investimento no futuro e um testemunho do poder da diversidade.